quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

VOVÔ NEM É TÃO VELHO ASSIM

Uma tarde o neto conversava com seu avô sobre os acontecimentos e, de repente, perguntou:

- Quantos anos você tem, vovô?
E o avô respondeu:
- Bem, deixa-me pensar um pouco... Nasci antes da televisão, das vacinas contra a pólio, comidas congeladas, foto copiadora, lentes de contato e pílula anticoncepcional. Não existiam radares, cartões de crédito, raio laser nem patins on-line. Não se havia inventado ar-condicionado, lavadora, secadoras (as roupas simplesmente secavam ao vento). O homem nem havia chegado à lua. Nasci antes do computador.

Até completar 25 anos, chamava cada homem de "senhor" e cada mulher de "senhora" ou "senhorita". Ensinaram-nos a diferenciar o bem do mal, a ser responsáveis pelos nossos atos. Acreditávamos que "comida rápida" era o que a gente comia quando estava com pressa. Ter um bom relacionamento, era dar-se bem com os primos e amigos. Tempo compartilhado, significava que a família compartilhava férias juntos.

Não se conhecia telefones sem fio e muito menos celulares. Nunca havíamos ouvido falar de música estereofônica, rádios FM, fitas K-7, CDs, DVDs, máquinas de escrever elétricas, calculadoras (nem as mecânicas quanto mais as portáteis). "Notebook" era um livreto de anotações. Aos relógios se dava corda a cada dia. Não existia nada digital, nem relógios nem indicadores com números luminosos dos marcadores de jogos, nem as máquinas.

Falando em máquinas, não existiam cafeteiras automáticas, microondas nem rádio-relógios-despertadores. Para não falar dos videocassetes, ou das filmadoras de vídeo. As fotos não eram instantâneas e nem coloridas. Havia somente em branco e preto e a revelação demorava mais de três dias. As de cores não existiam e quando apareceram, sua revelação era muito cara e demorada. "Hardware" era uma ferramenta e "software" não existia.

Fomos a última geração que acreditou que uma senhora precisava de um marido para ter um filho.

Agora me diga quantos anos acha que tenho?
- Hiii... vovô.. mais de 200! Falou o neto.
- Não, querido, somente 58!


É... não parece, mas nem faz tanto tempo assim. Ai, ai... os velhos tempos, onde crianças podiam brincar inocentemente nas ruas; onde era possível sentar na varanda para conversar; tempos onde a educação e a cordialidade faziam parte da sociedade... Velhos tempos...

0 comentários:

Postar um comentário