sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A FONTE DE NOSSAS RESPOSTAS

Esse "pequeno" texto eu escrevi em maio em um outro blog. Foi uma situação tão mágica que acabei escrevendo bastante! Até eu fiquei besta. Mas vale a pena ler até o final...

Algumas vezes me pergunto: “Meu Deus! O que estou fazendo aqui?”. Tento escutar alguma resposta e não ouço absolutamente nada. Ou será que estou surda? Pergunto novamente: “Há alguma razão para eu ter nascido?”. Novo silêncio a ouvir. É assim que me sinto algumas vezes. Faço mil perguntas em troca de mil e um silêncios. É como se ninguém soubesse responder ou não quisesse. Também posso estar fazendo a pergunta de maneira errada, sei lá. E quanto mais eu tento ouvir algo mais agoniada fico. Não pense que é loucura. Sei que você também sente isso algumas vezes. É geral. Uma sensação de vazio que acaba com a gente. E aí, além dessas perguntas surgem muitas outras que parecem se perder no espaço sem nos dar uma resposta.


Comecei a buscar em muitos lugares algo que fosse o encaixe perfeito para todas essas indagações. Cada ato, cada pensamento, cada leitura me levava cada dia mais longe e eu sem saber para onde ia. Como uma pessoa que vai andando por um lugar desconhecido, sem mapa, sem nada que possa guiar, e é claro, perguntando (já que dizem que “quem tem boca vai a Roma”). Mas já sabemos no que dá as perguntas: nada. Entrei em desespero. Me perdi completamente. Então não procurei no lugar certo. Procura de novo. Mexe aqui, remexe lá. Você quer saber se encontrei? Respondo: sim. Encontrei. Finalmente encontrei. E nem estava tão longe, estava perto, tão perto e eu parecendo uma boba procurando em outros lugares, em outros sentimentos, em outros atos, em outras pessoas, em outras situações, enfim, em diversos “outros”.


Mas você já notou que somos assim mesmo? Às vezes tem uma música que está tocando baixinho perto de nós, mas tentamos aguçar nossos ouvidos para tentar escutar achando que está longe. Admito que eu chego a me esticar toda procurando o som. Ou então, alguém que está tão perto da gente é o alguém que está ali para nos fazer feliz, para ser nosso companheiro ou companheira. Só que ficamos procurando em um outro alguém, aquele que está mais distante, o que talvez não encontremos. Não sei se vc pensa o mesmo, mas a distância me deixa aflita. Tente alcançar a boca de um buraco bem fundo no qual você caiu, sem ajuda de nada nem de ninguém. O desespero alcança nosso interior de maneira incrível. A distância me deixa triste, me faz chorar. Dá uma terrível sensação de solidão. É isso, uma coisa puxa a outra e é isso que nos faz acomodar em nosso ser tantas perguntas. A idéia é de que ficamos rodando tentando alcançar nossas costas. Sim, isso mesmo! Como fazem os cães.


Comecei a fazer essa “vistoria” em minha vida procurando as respostas que queria e no trajeto vi tantas lombadas, tantos desvios. Era por isso que eu não conseguia escutar a música perto de mim, que não conseguia ouvir Alguém me respondendo tudo que eu queria bem ao pé de meu ouvido. Eu estava preocupada em querer ouvir uma resposta que me agradasse e que fosse prática de entender. Alguém me respondia, mas eu não queria ouvir isso, tampouco dava para entender. Às vezes penso que os animais são mais racionais que nós seres humanos. Somos criados como seres inteligentes, mas agimos como se apenas por instintos. Ou então temos algum desvio que nos impossibilita de aceitar algumas coisas. Não estou falando de aceitar tudo que outra pessoa diz ou qualquer coisa do tipo. Claro, temos nossa liberdade de pensamento. Mas o que digo é de aceitar a Verdade. De aceitar o que realmente importa para nossas vidas. De aceitar as respostas certas para nossas indagações. Eu pude notar isso porque muitas das respostas que consegui foram respostas que foram dadas muitas outras vezes e eu dizendo que não estava ouvindo. Se isso é possível? Claro! Infelizmente é possível. Colocamos algum tampão em nossos ouvidos e depois só nos basta dizer que não ouvimos nada, que ninguém nos respondeu e que continuamos perdidos, sozinhos na total escuridão.


Sozinhos, sem direção e ainda no escuro. Só de pensar me dá arrepios. Alguns têm medo de ficar sozinho; outros de se perder; e há ainda outros mais que têm medo de escuro. Há também aqueles que têm medo de tudo isso junto. Eu estou neste grupo. Ficar sozinho é algo muito triste, desanimador. Sentir que não há ninguém com quem você possa conversar, viver momentos tristes e alegres é algo muito ruim. Algumas vezes podemos estar em meio a uma multidão e ainda sim nos sentirmos sozinhos. Ninguém lhe vê, você é invisível aos olhos de toda essa gente. Vamos concordar que isso é triste; Ficar perdido também é algo que nos tira do sério. Você não sabe onde está e nem para onde vai. Tudo para você é estranho. Me perdi uma vez quando voltava do colégio para casa. Eu tinha 9 anos de idade. Peguei um ônibus que pegou um caminho diferente. Na verdade no ponto seguinte eu já me sentia perdida. Desci do ônibus já chorando em desespero. Tentava voltar e nem imaginava que estava tão perto do lugar de onde saí. Perdida! Foi como me senti. Totalmente perdida. É realmente uma sensação angustiante. E por fim enfrentar o escuro. Particularmente é uma das coisas que mais me dá medo. Analisando bem, estar no escuro é um sentimento de estar sozinho e perdido. Todos os medos reunidos em um. Quando estamos no escuro não enxergamos nada nem ninguém, não sabemos para onde estamos indo. Tudo é nada em meio à escuridão. Você nem ao menos se vê! Tropeçamos nas coisas porque não estamos enxergando. É um medo indiscutivelmente terrível de se sentir. Será que você se identifica como tendo algum desses medos? Ou quem sabe todos eles?


Volto a questionar o porquê de nossos “por quês”. Já colocamos um ponto que é nossa “surdez”. Aliás, essa surdez desembainhou muitos temores. Outro ponto é que, além de não ouvir, não queremos enxergar. Olha nossos sentidos falhando. Está na hora de ir ao médico? Em alguns casos pode até ser. Mas não neste caso que estamos tratando. Está na hora é de se avaliar, não por fora e sim por dentro. Por dentro de nosso coração, de nossa mente. Qual o motivo dessa cegueira? O mesmo de sempre! Do mesmo jeito que nós não queremos ouvir, também não queremos enxergar. É aquela velha história de que não enxergamos as coisas que estão debaixo de nossos próprios narizes. Cegos para a Verdade! Tentamos enxergar coisas que estão longe demais. Deve ser pela curiosidade, não é? Está mais longe, está mais difícil. Deve ser este espírito de curiosidade e de teimosia também. E olha as idéias se encontrando novamente! Se estivermos cegos significa que estamos no escuro. E identificamos a situação do escuro como solitário e perdido. Você está certo de que quer viver assim? Surdo e cego? Eu acredito que não. Ninguém quer isso para si e, mesmo com o amor pelo próximo se esfriando tanto, acredito que também ninguém deseje isso para outros.


A nossa surdez e nossa cegueira vai muito mais além do estado físico. Estive procurando por muito tempo sem saber o que exatamente eu estava procurando, por isso não ouvia nem enxergava. Para encontrar o que procurava eu tive que me desligar do meu próprio “eu” para entender o significado das coisas. Andar no escuro é tentar acertar o alvo com os olhos vendados. Pode até chegar perto, mas não é exatamente o alvo. E um grande problema que eu tive para receber toda essa Verdade foi em aceitá-la de início. Sabemos que em algumas situações (depois de muito recusar ouvir), quando finalmente escutamos uma voz lá no fundo a falar conosco e respondendo nossas questões, mais indagações surgem. Parece que temos um senso para perguntar. Como crianças que para tudo tem um “por que”, nos pegamos a questionar, questionar e sempre questionar. E aquela voz está lá lhe respondendo, e você colocando pergunta por cima de pergunta, questiona cada resposta dada como se aquela não fosse suficiente. Na escola nós nos limitamos a fazer uma ou duas perguntas e ficamos satisfeitos. Há ainda situações em que é necessário que o professor instigue para que alguém faça uma pergunta. Já na Escola da Vida temos inúmeras perguntas. Não queremos perder na prova, prova essa que é tão difícil. É verdade! Viver é difícil. Então é por isso que questionamos tanto. Vou te confessar algo: viver é difícil para quem não sabe fazer as perguntas certas para poder viver bem. Sim, eu descobri isso. Não vou dizer que não tenho mais questões. Somos tão propensos a perguntar que parece que não acabam nunca as nossas indagações.


Agora minhas perguntas têm outro rumo. Ainda tenho que apurar mais meus ouvidos para escutar melhor. Há momentos que penso que fiquei surda novamente. Busco apurar mais minhas vistas para poder enxergar melhor, porque tem momentos que a vista fica um pouco embaçada. Mas agora sei que tem Alguém perto de mim, que há Alguém a falar comigo diariamente, respondendo minhas perguntas. São perguntas que para mim são difíceis de responder. Você pode pensar assim também, que ninguém nunca conseguirá responder estas questões porque são muito complexas, mas acredite: Esse responde tudo. É tão simples para Ele. E Sua paciência é incrível!


Encontrar as respostas que buscamos para cada anseio do coração só pode se tornar algo mais fácil se você quiser. Não precisa ir procurar tão longe porque está bem perto de ti. É como citei alguns momentos antes, quanto mais longe nós procuramos, mas a gente se perde. Podemos encontrar respostas até mesmo no desabrochar de uma flor quando nos indagamos porque não temos dinheiro suficiente para comprar uma roupa igual daquele artista. Devemos aprender a entender estas respostas. Nós lutamos tanto contra as respostas dadas e isso é o que nos torna cegos e surdos.


Por algum tempo vivi sem questionar. Para mim tudo estava ótimo, tudo bom, tudo maravilhoso. O que eu vivia era minha vida e ponto final. Ninguém poderia se meter para mudar alguma coisa. Mas era uma vida mentirosa. E quando vivemos uma vida mentirosa é um passo para que as indagações surjam. Você começa a duvidar de você mesmo e de tudo ao seu redor. Envolve-se em uma redoma particular. Afasta-se de tudo e de todos. E por incrível que pareça se perde nesse seu mundo. É! Nesse mesmo mundo criado por você. E agora suas luzes foram todas apagadas. Lembra-se? Solidão, perdida e no escuro. E foi assim que eu estava. Não tinha uma resposta que satisfizesse meus questionamentos. Minha busca durou anos e anos. Chegou um tempo que pensei ter encontrado. Pura ilusão. Foi só um tiro no escuro. Eu estava (ou achava que estava) sozinha, sem que alguém pudesse me dizer o que estava acontecendo e o que eu estava fazendo. Fiquei perdida nesse meu mundo sem saber para que lado eu estava indo. Procurava o caminho certo e não achava. Quando tudo escureceu de vez, pronto, me senti a ponto de morrer. Sim, não sentia mais vida em meu corpo. Encostei-me em um canto do meu mundo só esperando o final chegar.


Foi aí, que em meio a lágrimas que comecei a percorrer minha vida de buscas. E como se não bastasse me vieram mais perguntas a mente: “Por que não consigo ouvir? Por que está tudo tão escuro? Será que não tem ninguém que possa me ajudar? Não há quem possa me responder?”. Perguntas! Muitas foram minhas perguntas. E nessas análises comecei a notar que haviam me dado as respostas. Sim, aquele Alguém de quem lhe falei há algumas linhas atrás, estava me respondendo tudo e eu estava tapando os ouvidos e fechando os olhos. Essa é a nossa atitude na maioria das vezes. Quando nos recusamos ouvir desse Alguém a resposta que precisamos. Veja bem, é a resposta que precisamos não necessariamente a que queremos. Nós nem temos noção de qual haverá de ser a resposta, por que temos que teimar em querer que seja alguma do nosso interesse? Se for assim não precisa mais fazer perguntas. Pronto! Resolvido o problema. Você responde suas perguntas e tudo ficará certo. Errado! Lembre-se que está tudo escuro e você não tem as respostas certas e nem sabe como sair desse lugar. Você depende de Alguém! Não custa nada tentar ouvir as respostas com atenção e com posição de quem realmente quer entender, com o coração e a mente abertos para isso. Nas nossas buscas acabamos achando que não precisamos de ninguém e isso é o que acaba fechando nosso círculo. Somos dependentes! Precisamos de Alguém para ajudar nessa busca.

Esse foi um grande passo que dei. Sim, aceitar minha dependência. Sem Ele eu não conseguiria levantar daquele canto escuro. Sou dependente e dessa dependência eu não quero me libertar nunca mais. Não preciso ficar indo tão longe buscar respostas se elas estão aqui pertinho de mim. E as respostas vêm acompanhadas de instruções. Isso é perfeito! Isso era tudo o que eu precisava. Claro! Não adianta termos as respostas e depois deixarmos de lado. Temos que saber como chegamos a essa resposta e como seguir de maneira que não voltemos a um caminho que nos faça cair em outro buraco. Pense comigo: dois garotos vão fazer prova na escola. Um estudou, sabe as respostas, sabe como chegar até as respostas e como continuar o processo para que não erre no final da questão. O outro não sabe nada, não estudou, não buscou orientação para tirar suas dúvidas mas sabia que o outro tinha a resposta e poderia passar para ele. Faz aquela “pesquinha” (não recomendo isso!) e puxa a resposta de seu colega. Passado isso tem sua nota boa por causa dessa ajuda. Mas daqui pra frente ele não encontra mais pessoas para dar essa ajudinha. Não sabe como chegar até a resposta, não tem as instruções corretas. No final a resposta acaba errada e sua nota vai abaixo. Então vamos ouvir as instruções e praticá-las também. Tem momentos que essas instruções são tão difíceis! Eu sei disso. Mas quando parece que não vai conseguir continuar a segui-las chame o Instrutor novamente. Ele tem a maior paciência para poder lhe ensinar tudo novamente.


Hoje ainda tenho alguns desatinos na mente. Pergunto sempre a Ele o porque de todas as coisas. Às vezes demora. Demora, sim. Não vou dizer que é sempre rápido. Mas é como eu já disse, têm momentos que faço as perguntas erradas, os pedidos errados, as escolhas erradas. Ou ainda mantenho um pouco fechado os meus ouvidos e fechados os meus olhos. Mas a resposta vem, de uma maneira ou de outra. Infelizmente ainda tomo algumas quedas pela estrada mas “o cair é do homem, mas o levantar é de Deus”. Ele não nos deixa nunca e graças a Ele hoje eu posso ser uma pessoa mais tranqüila, mais honesta comigo mesmo. Estou ainda aprendendo a viver. Meus passos não estão tão firmes como deveriam estar. O que preciso, o que precisamos, é confiar. Sim, meu caro amigo, minha amiga, precisamos confiar em Deus. Ele é quem nos dá as respostas e nos instrui. Ele que me tirou daquele abismo tão escuro, onde me sentia só e perdida. Meu sentimento foi de tanta alegria que não pude me conter e precisei escrever algo sobre isso. Sobre o que sinto e o que vem em meu coração. Não quero mais deixar esse Deus tão maravilhoso. Ele me ama! Ele nos ama! Não entendo, mas sei que Ele ama.
Se você quer as respostas certas para sua vida; se você quer enxergar melhor e ouvir melhor atente para as instruções de Jesus. Só Ele pode nos conduzir por caminhos compreensíveis. Busque a Deus constantemente na sua vida e deixe que apenas Ele te guie. Tudo vai ficar mais claro para ti e suas perguntas não mais serão sem respostas. De perdida será achada. Ele nunca te deixou e nunca te deixará pois você é a menina dos Seus olhos. Haverá dificuldades mas permitindo-se ser guiado por Jesus, descansaremos em Seus braços pois Ele tudo pode resolver. Ele é o Deus dos impossíveis. Ele é nosso Pai, Maravilhoso Senhor e Eterno Redentor. Ele está atento a todos os nossos passos, nosso levantar, nosso deitar, nosso caminhar. Como é que às vezes somos tão negligentes em nossa vida quando intentamos deixá-lo. Mas Misericordioso Ele é, pois não desiste de nós. Glórias a Deus por Sua eterna Graça.

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