E cheguei aqui novamente...
Em meio a uma mente envolta em uma tormenta furiosa, turbinada de pensamentos intrusivos, sem conseguir completar um ciclo... aqui estou eu de volta. E vou precisar disso. Escrever é terapêutico, mas do que falar.
Mas o que exatamente me trouxe aqui? Sempre há um motivo que nos faz voltar a algum lugar. Ou perdi algo, ou quero me encontrar.
Há alguns dias tive uma crise de ansiedade. Sim. Apesar de eu ser bastante melancólica, não imaginava que chegaria a esse ponto. Eu senti meu mundo indo embora ali na minha frente. Eu pensava que ia morrer. Pensei que iria deixar meu filho. Dor, aperto, taquicardia, fraqueza e o pensamento de que ali era o fim. Eu estava infartando? Não, mas de algum modo eu estava morrendo.
Sabe, há tempos tenho amigos me falando para procurar fazer uma terapia, mas a gente não vai. Sabe por quê? Porque a gente tem medo justamente de ter um diagnóstico que pode nos levar por dois caminhos: ou a gente sofre mais, ou decide sobreviver. E eu? Eu primeiro sofro para depois decidir sobreviver.
Nunca tratei a ansiedade como qualquer besteira. Sempre olhei com empatia para as pessoas que demonstravam ter as características. Sem saber como, eu procurava ajudar. Mas não imaginava que isso me atingisse. Ou talvez eu até soubesse, mas queria me esconder disso. Me envolver em várias atividades, sorrir quando não queria, sair com amigos quando na verdade eu queria ficar em casa. Fui procurando mascarar o que parecia que já queria se mostrar.
Hoje fui ter minha primeira consulta. Você pode falar que isso é algo particular, e se questionar por quê estou contando aqui. É como eu disse, não existe nada mais terapêutico para mim do que escrever. Posso estar errada, mas não creio que um profissional consiga ouvir tanto de mim. Melhor que eu lhes escreva uma carta. Mas enfim, minha primeira consulta com psiquiatra... sim, o negócio foi tão sério que foi direto para quem medica. Não queria mais tomar remédios. Já sofro de uma doença autoimune que acabou com minha autoestima e ainda me faz tomar muito remédio. Mas o pior da minha consulta foi ouvir ela falar que eu tinha muito mais do que um quadro de ansiedade. Além disso me sobrevêm a depressão. Consegue imaginar o quanto isso pesou no meu coração? Não demorou muito para eu começar a sentir dor no peito. Outra parede caiu.
Eu estava agora me perguntando, das vezes que tentei ajudar outras pessoas, isso estava sendo bom ou ruim pra mim? Eu sou muito esponja e absorvo tudo. Será que ouvir alguns relatos não acabou fazendo com que meu cérebro se envolvesse demais naquilo tudo. Claro, não estou dizendo ser isso a razão. Como a psiquiatra me disse, são muitos fatores envolvidos, mas como eu estava procurando esconder, não percebia o mal se aproximando e só senti quando chegou a crise.
Mas não quero que isso domine meus dias daqui pra frente. Vou me cuidar mais. Na verdade ainda vou aprender como. E vou continuar seguindo. E sabe o que mais, ainda acredito que tenho um Deus que estará cuidando de tudo. Ele não nos falta, muitas vezes nós que faltamos com Ele.
Eu vou sair dessa e se você está lendo isso aqui e estiver numa situação parecida, não desista. Parece clichê falar isso mas é a verdade. Você precisa lutar o máximo que puder e quando não puder, Deus ainda estará lá, lutando com e por você.